Actividades Sociais e Desenvolvimento da Identidade nos Jovens


Media Digitais e Construção de Identidade Social
Actividades Sociais e Desenvolvimento da Identidade nos Jovens
Grupo I: Alexandra Quitério; Ana Margarida Sousa
João Carrega e Maria Filomena Grazina
Actividades Sociais e Desenvolvimento da Identidade nos Jovens
(Reflexão e fundamentação das escolhas)

Reconhecer a influência dos media digitais na construção da identidade social dos jovens, foi o objectivo da Actividade 3. O trabalho denominado Actividades Sociais e Desenvolvimento da Identidade nos Jovens, pretendeu analisar e discutir o papel dos media digitais na construção da identidade social dos jovens, através da leitura da bibliografia referida no final desta reflexão.
A leitura desses textos, bem como dos trabalhos dos diferentes grupos revelam-nos como as novas tecnologias fazem parte do mundo dos jovens e como elas próprias modelam a sua identidade social. Hoje os jovens não conseguem viver sem essas tecnologias. Fazem parte da sua vida. Afinal eles são nativos digitais. Nasceram com as tecnologias. A análise efectuada aos vários trabalhos e aos textos colocados na plataforma constitui uma mais valia na nossa aprendizagem, pelo que considero que foi uma actividade muito bem conseguida e planeada, como também o demonstraram as opiniões colocadas no Fórum de discussão. De todas seleccionei duas minhas que considero levantarem algumas questões pertinentes e evidenciam a importância das novas tecnologias junto dos jovens.

Por João Carrega, 2 de Junho


Bibliografia:

Weber, S.; Mitchell, C. (2008). Imaging, Keyboarding, and Posting Identities: Young People and New Media Technologies. In Youth, Identity, and Digital Media: 25-47.

Boyd, D. (2008). Why Youth Social Network Sites: The Role of Networked Publics in Teenage Social Life. In Youth, Identity, and Digital Media: 119-142.

Stern, S. (2008). Producing Sites, Exploring Identities: Youth Online Authorship. In Youth, Identity, and Digital Media: 95-117.

Stald, G. (2008). Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media. In Youth, Identity, and Digital Media: 143-164.

Goldman, S.; Booker, A., & McDermott, M. (2008). Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation. In Youth, Identity, and Digital Media: 185-206.

Yardi, S. (2008). Whispers in the Classroom. In Digital Youth, Inovation, and the Unexpected: 143-164.



A Marca das novas tecnologias

Parece-nos claro, da leitura deste e de outros trabalhos que as tecnologias estão cada vez mais integradas nas principais áreas das nossas vidas, e que o seu papel de mediador de identidades e de aprendizagem pode ser assumido como um dado garantido. Mas talvez as novas tecnologias se estejam a tornar quase invisíveis.

Como também é referido neste trabalho, hoje os produtos culturais dos jovens são produzidos com recurso às tecnologias. Eles dominam a utilização dessas tecnologias, inovam na sua utilização, associando recursos (mensagens de texto, mail's, chat, post...). Deixam assim a sua marca a dois níveis:

a) - no mundo de produção

b) - no próprio produto cultural


Perante esta realidade, e tal como revela o trabalho, será então necessário agir sobre três aspectos:

a) Como é que os jovens usam as tecnologias?

b) Analisar as características dos seus produtos culturais

c) Reflectir sobre os efeitos das tecnologias na construção das identidades.

No fundo, um dos aspectos que o trabalho procura esclarecer é o de saber quais são as implicações das tecnologias na construção progressiva (bricolage) das identidades individuais e sociais, tendo em conta que as tecnologias medeiam a relação entre indivíduos, entre o indivíduo e a sociedade e vice-versa?
Obrigado pelo vosso contributo, em nome de todo o grupo.

Por João Carrega, 13 de Maio, Fórum A3



Porque é que os jovens adoram as redes sociais?

Porque é que os jovens adoram as redes sociais? as respostas a esta e outras questões tentam ser feitas neste artigo, o qual começa por referir claramente que há uma percentagem elevada (e os números pecam por defeito) de adolescentes que aderem às redes sociais. E aqueles que não aderem são um de dois tipos: os que não têm possibilidade de aderir - estão desconectados, e os que se recusam conscientemente (ou porque querem protestar - todos conhecem a essência do MySpace, ou se é contra ou a favor -, ou porque concordam com os conceitos morais dos seus pais).
Indo ao encontro daquilo que também é evidenciado noutros artigos aqui resumidos, há temas que os adolescentes consideram importantes. A música é um deles, e o sucesso o MySpace passou também por aí. As bandas começaram a ter uma nova forma de comunicar com os seus fãs. Surge assim também uma oportunidade dos adolescentes terem um relacionamento com as suas bandas favoritas e, ao mesmo tempo, esboçarem uma representação pessoal numa comunidade em ascenção.
Uma comunidade que tem as suas regras e que os adolescentes querem cumprir, sob a forma de serem rotulados. O perfil surge como algo de fundamental no processo. O desejo de ser fixe é ter amigos e ser validado pelos pares. Mas não se podem ter demasiados amigos. É fixe ter amigos, mas não se podem ter muitos correndo o risco de ser visto como «prostituta» do MySpace.
Uma outra questão interessante diz respeito ao facto dos adolescentes encararem o MySpace como um espaço de adolescentes para adolescentes, o qual deveria ser vedado aos adultos. E a incursão dos adultos nesse espaço, quer por considerarem a rede pública, quer para controlarem os seus filhos, fazem com que estes desenvolvam esquemas para evitar a intromissão dos adultos, criando por exemplo contas espelho.
Posto isto, os desafios que se colocam aos adultos, sobretudo àqueles que têm responsabilidades de educar os seus filhos, passa por descobrirem como educar os adolescentes para navegarem nas novas estruturas sociais que enfrentam.
A conclusão, apresentada pelo grupo 3, revela que "devemos procurar conhecer e aprender a utilizar este novo tipo de sociedade pública online para os conseguirmos ajudar na sua difícil tarefa de construção de identidade e sociabilização".
O problema, na minha perspectiva, é que uma parte significativa dos pais ou educadores nem sequer são «imigrantes digitais». Para muitos o MySpace ou outras redes sociais são algo de complicado e longínquo, pelo que dificilmente estarão preparados para enfrentar este fenómeno e todas as suas variantes...
Um abraço e parabéns pelo trabalho do grupo,

Por João Carrega, 8 de Maio 2009, Fórum A3

Identidade Social na Adolescência

Veja como os adolescentes não vivem sem as novas tecnologias

Identidade Social na Adolescência
(Reflexão e fundamentação das escolhas)

Identificar as características e discutir o processo de construção de identidade na adolescência foi a proposta de trabalho desenvolvida na actividade 2. Com a bibliografia disponível na plataforma e com outra lida por nós, procurámos com este trabalho analisar o processo de construção da identidade durante o período da adolescência.
Da análise da literatura e dos posts colocados pelos alunos da disciplina verifica-se que há uma grande influência da internet na construção da identidade durante a fase da adolescência. Podemos mesmo adiantar que a Internet permite aos jovens vivenciarem sentimentos de competência; constitui-se como um espaço de exploração da identidade e funciona como um meio de socialização.
Outro aspecto importante e que foi focado por mim e por vários colegas, diz respeito à segurança na internet. O papel dos pais e encarregados de educação foi tido como importante, assim como o cumprimento de algumas normas (algumas das quais alojadas no fórum).
As duas intervenções seleccionadas por mim vão ao encontro dos desafios colocados e procuram responder às várias questões que foram surgindo no Fórum, como " De que forma as novas tecnologias influenciam o processo de construção da identidade na adolescência? ou quais as características e qual o processo de construção de identidade na adolescência".

Como reflexão final, a discussão do Processo de Construção de Identidade na Adolescência foi bastante enriquecedor, a vários níveis:

a) pela aprendizagem adquirida, quer pela leitura da bibliografia, quer pelo excelente debate de ideias resultante do Fórum A2.

b) foi interessante verificar o modo como muitos de nós colocaram e responderam a questões como: poderá a internet constituir um meio de construção da identidade social sem a dor associada a esta fase? ou Como podem as pessoas anónimas e virtuais ocupar o espaço das pessoas significativas na construção da identidade?, onde a respostas nem sempre foram unânimes o que enriqueceu o debate de ideias.

c) Apesar do intenso debate, ficou claro que é importante desenvolver-se mais investigação nesta área, sobretudo no que respeita à influência dos blogs na adolescência.

Face ao exposto, o balanço não poderia ser mais positivo. Aprendemos colaborativamente, uns com os outros. Pessoalmente, cuja minha área de formação inicial é ligada à gestão, considera que esta actividade ultrapassou as minhas expectativas e acrescentou-me mais saber e conhecimento.

Bibliografia:
Huffaker, D.; Calvert, S. (2008). Gender, Identity and Language Use in Teenage Blogs. In Journal of Computater-Mediated Comunication, 10 (2), article 1.

Schmitt, K.; Dayanim, S.; & Matthias, S. (2008). Personal Homepage Construction as an Expression of Social Development. In Development Psychology, 44 (2), 496-506.

Schoen-Ferreira, T.; Aznar-Faria, M.; Silvares, E. (2003). A construção da identidade em adolescentes: Um estudo exploratório. In Estudos de Psicologia, 8 (1), 107-115.

FERREIRA M, Nelas P. (2002), Educação Ciência e Tecnologia.

in http://revistacrescer.globo.com/Crescer/0,19125,EFC820190-2336,00.html, consultada em 7 de Abril de 2009


Por: João Carrega, 2 de Maio de 2009



De que forma as novas tecnologias influenciam o processo de construção da identidade na adolescência?


Olá a todos, não querendo ser repetitivo, apresento um curto comentário sobre o modo como as novas tecnologias influenciam o processo de construção da identidade na adolescência:
De que forma as novas tecnologias influenciam o processo de construção da identidade na adolescência?
A questão, pertinente, tem sido objecto de diversos estudos e análises, numa época em que as novas tecnologias fazem parte do quotidiano da maioria dos adolescentes, e em que os pais e encarregados de educação se mostram, muitas vezes apreensivos, sobre o modo como os seus filhos utilizam este novo meio de comunicar.
Parece-nos claro que a internet é, neste momento, o meio de comunicação preferido dos adolescentes. Abrantes (2002) revela que uma grande parte dos adolescentes não pode passar sem a Internet. O autor vai mais longe e sublinha que os adolescentes consideram que a Internet é fácil de usar. Já Suler (1996) refere que os adolescentes são atraídos pelas salas de chat e jogos on-line, onde podem experimentar e desempenhar diferentes papéis, assim como estabelecer relações com pessoas que partilham dos mesmos interesses.
Segundo Erikson (1972) construir uma identidade implica em definir quem a pessoa é, quais são seus valores e quais as direcções que deseja para a sua vida. Para o autor, identidade é uma concepção de si mesmo, composta de valores, crenças e metas com os quais o indivíduo está solidamente comprometido.
A construção da identidade pessoal pode considerar-se como a tarefa mais importante da adolescência, o passo crucial da transformação do adolescente em adulto produtivo e maduro.
Erikson revela-nos três factores de influência para a construção dessa identidade:
- factores intra-pessoais (as capacidades inatas do indivíduo e as características adquiridas da personalidade)
- factores interpessoais (identificações com outras pessoas)
- factores culturais (valores sociais a que uma pessoa está exposta, tanto globais quanto comunitários).
Na sua obra, o psicanalista fala ainda de “moratórias institucionalizadas”. Segundo o autor, um adolescente deve desfrutar de um período de moratória psicossocial, um período de espera, de experimentação e de ajustamentos dos vários papéis sociais. Será a partir dessas moratórias que o adolescente desfruta de diferentes modos de socialização que o podem ajudar a resolver a sua crise de identidade (Costa, 1990). Uma dessas moratórias é a internet.
A realização de diferentes estudos sobre esta matéria demonstram a importância que a Internet pode ter na construção da identidade do adolescente, como o demonstram os dois estudos já resumidos e divulgados neste fórum...

Por: João Carrega, 13 de Abril 2009

“Quem sou eu?”

A adolescência pode ser caracterizada como uma fase da vida onde ocorrem alterações físicas, psíquicas e sociais significativas na construção da identidade. Assim, o jovem tende a procurar saber “Quem sou eu?”, olhando à sua volta. A família é a primeira referência que aparece e, embora nesta fase o jovem tenda a distanciar-se sobretudo dos pais, com o sentido de encontrar o seu lugar, os valores incutidos pela família desde que nasceu, prevalecem de alguma forma na sua mente. Se a sua família está estruturada, possivelmente será sempre um “porto seguro”, mas se isso não acontece, terá de continuar à procura de valores, crenças, através de outras referências. É, muitas vezes, através dos seus pares que o jovem encontra, ou pensa que encontra o seu lugar. “ Na contemporaneidade essas relações, muitas vezes, são estabelecidas ou reafirmadas no ciberespaço que, segundo Lévy (1999), é o novo ambiente de sociabilidade e arranjo social, mas também novo espaço da informação e do conhecimento: o local onde surgem as tecnologias digitais”, in Santana (2006).
De acordo com o
Glossário Terminológico de Psicologia SociaI, “Identidade social refere-se ao aspecto "nós" do nosso auto-conceito que depende do nosso sentido de pertença a um determinado grupo social. É assim uma forma particular de representação social que serve de mediador na relação entre o indivíduo e o mundo social. As funções da identidade social incluem o enquadramento da pessoa no ambiente social, a comunicação das posições pessoais e o estabelecimento de relações com os outros (reconhecimento social).”
As novas tecnologias surgem então como representação social na medida em que o adolescente de hoje beneficiará (se usado com “conta, peso e medida”) de mais meios de socialização e, consequentemente, de conhecimento. Este “novo” meio de socialização traz consigo uma panóplia de oportunidades, uma vez que o jovem pode assumir diferentes papéis (embora de acordo com Huffaker, Calvert e Gender (2008), a maior parte dos jovens disponibilizam os seus dados pessoais, muitas vezes dando também a sua indicação de localização geográfica), de forma a responder a questões de identidade, quer pessoal, quer sexual, quer social, entre outras.
Os jovens de hoje procuram responder às mesmas questões que nós, enquanto adolescentes também gostaríamos de ver respondidas. Se as informações da família não são suficientes, ou são postas em causa, há que encontrar referentes noutro lado. Os amigos, os pares serão a escolha óbvia. Mas tanto cara-a-cara, como através do computador, os perigos podem surgir, pois a vida virtual não é mais que uma extensão da vida real. Não descurando as oportunidades que existem através das novas tecnologias, dada a possibilidade de “vestir diferentes roupagens”, há que alertar o jovem para os diferentes perigos, quer reais quer virtuais, há que munir o adolescente de informações sobre o que o rodeia, para ele próprio se poder defender.
Deve ser referido que no estudo de Schmitt, Dayanim & Matthias (2008) o s resultados indicam que os jovens estão a criar páginas pessoais e blogues. Os jovens que o fazem, sentem que foram bem sucedidos (maestria) e que usam estes espaços para expressar a sua identidade. É também demonstrado que os jovens desejam sociabilizar com diferentes tipos de pessoas das que habitualmente convive. Daqui se verifica que o período de adolescência continua a ser um período de experimentação que pode ser positivo. Com o acesso às novas tecnologias, o jovem que é bem sucedido na criação de uma página pessoal, de um blog, sentir-se-á com maior auto-estima e isso poderá reforçar a passagem por este processo até chegar à idade adulta.

Por: Ana Margarida Sousa, 17 de Abril 2009

Estudante Digital |


Desafios do presente e do futuro
(Reflexão e justificação das escolhas)

A primeira actividade proposta nesta disciplina passou pela apresentação do perfil do estudante digital. Tendo como base as leituras alojadas na plataforma da Universidade Aberta, e outras que contribuíram para enriquecer o nosso trabalho, optei por escolher estes dois artigos, os quais penso que vão ao encontro do pretendido.
Da análise efectuada e do fórum de discussão, verificamos que o estudante digital tem potencialidades que o poderão preparar melhor para o futuro. No entanto, como também é referido a mistura de saberes (complementaridade) entre o estudante digital e o imigrante digital, pode ser proveitoso para ambos. Outra questão salientada no Fórum e que também apresento nos textos seleccionados, diz respeito à capacidade dos estudantes digitais de interpretar a informação e dominar o conhecimento que permitirá a adequação futura. E esta parece-nos uma questão importante.
Do debate de ideias verifica-se também que as tecnologias constituem um meio para atingir um fim. Mas esta nova realidade poderá «obrigar» a uma nova adaptação "do ensino à nova realidade de alunos, sendo necessária a implementação de novas estratégias e metodologias; reforçando também a origem da diversidade existente dentro da população estudantil (nomeadamente, as características sócio-culturais)", como bem refere a professora Maria João Silva, no comentário à actividade.
Outro aspecto que me parece pertinente e que também refiro nos artigos seleccionados, diz respeito à necessidade de mudar o tipo de ensino ministrado, para uma nova perspectiva em que o docente assume um papel de orientador/tutor, já que os estudantes trazem para o contexto escolar conhecimentos adquiridos noutros contextos; sendo, também, fundamental a aplicação dos conteúdos escolares ao quotidiano. Florentino Blázquez (2009) reforça esta ideia e explica que é um desperdício essa informação adquirida pelos alunos digitais não ser aproveitada na escola. O investigador espanhol, afirma mesmo que "o desenvolvimento da novas tecnologias não diminui em nada o papel dos professores, pelo contrário deve modificar significativamente a sua actuação e constituir uma oportunidade excelente para introduzir inovações nas suas salas de aula e abandonar as práticas tradicionais". E acrescenta que é necessário "converter os saberes desorganizados dos nossos alunos, obtidos na sociedade da informação, em saberes sistemáticos".
Por tudo isto, a minha reflexão final não poderia ser mais positiva. Aprofundei algum conhecimento que já tinha nesta área, quer pela bibliografia, quer pelo trabalho de grupo, quer pelo fórum de discussão. Foi sem dúvida um arranque enriquecedor, para uma disciplina que se veio a revelar bastante importante e interessante.

Bibliografia

Prensky, M. (2004) The Emerging Online Life of the Digital Native: What they do differently because of technology and how they do it. 1-14.

Prensky, M. (2001) Digital natives, digital immigrants. In On The Horizon (Vol9, nº 5). NCB University Press.

Blásquez F (2009), Nuevas tareas de los docentes en la sociedad de la información, comunicação apresentada nas Jornadas da Associação Nacional de Professores.

Ruivo, J. 2008, Educação & Desenvolvimento, RVJ - Editores, Lda





Para ver o Documento do Grupo Rosa clique no link que se segue


http://docs.google.com/Present?id=dcjjzhks_0d7q4zhfq&revision=_latest&start=0&theme=blank&cwj=true

Estudante digital pode ser classificado da seguinte forma:

1 - É um estudante multi-tarefa, que consegue receber e comunicar informação, através de vários meios tecnológicos tradicionais (TV, rádio) e digitais (telemóvel, Internet, mail, SMS, redes sociais), de forma síncrona e assíncrona.

2 - Para este estudante, ler não é mais algo que se faz através de palavras, da esquerda para a direita e de cima para baixo. Ler é mais ler ecrãs do que páginas, ecrãs em que a organização da informação é mais espacial do que lógica em termos da página tradicional.

3 - Prefere claramente o texto “caótico”, ou seja, o hipertexto, no qual o leitor escolhe o caminho de leitura em função dos seus interesses, não tendo de obedecer a uma estrutura de um documento definida pelo autor, como acontece, por exemplo, num livro.

4 - Para este estudante, escrever não é apenas escrever com palavras, em suporte papel. Escrever pode ser escrever com palavras, com imagens estáticas ou em movimento. Adere por isso a novas linguagens e, frequentemente, adapta-se facilmente a novos conceitos de ortografia (ex: SMS, chat).

5 - Este estudante considera que a sua evolução acontece através da partilha de conhecimento e não da aquisição individual do conhecimento. Assim, aprender é um acto mais social que individual. Quanto mais partilha e mais informação partilham com ele, maior é o seu poder, porque mais informação domina.

6 - Este aluno não se adapta a uma escola em que o professor ensina e o aluno aprende. Este aluno é activo, intervém na sua aprendizagem, aprende com recurso aos novos meios tecnológicos, e sabe manusear as tecnologias de informação e comunicação, muitas vezes com vantagem em relação aos professores.

7 - Este aluno exige uma nova forma de ensinar, mais adaptada à sua forma de aprender, mais centrada em actividades de cariz pedagógica, em que o aluno é activo, em que o aluno procura informação em meios tradicionais e digitais, partilha informação com os pares e necessita de um guia.

8 - A escola mantém um conflito com o mundo exterior em termos de tecnologias, pois a escola evolui lentamente e as tecnologias evoluem exponencialmente.

9 - O professor deve estar preparado e lutar para que a escola esteja preparada para o seguinte: os alunos do mundo exterior têm de aprender, e embora o façam no mundo exterior (escola paralela), é na escola tradicional que devem fazer aprendizagens significativas, guiadas por professores cientificamente preparados e de mente aberta em relação às tecnologias. A escola tem de preparar os alunos para que estes sejam capazes de interpretar, de forma crítica, o mundo exterior à escola.

Por: João Carrega, Março 2009, Actividade 1




Estudante Digital versus Imigrante Digital



Olá, bom dia, aqui vai uma reflexão sobre a seguinte questão abordada pelo Grupo Verde:


"Estará o novo estudante digital mais preparado para o futuro do que o imigrante digital?"


Penso que a impossibilidade de apresentar uma resposta taxativa a esta questão reside, em primeiro lugar, no facto de não conseguirmos saber com certeza o que vai ser o futuro. Numa análise superficial e ignorando a variável futuro, poderemos considerar que o estudante digital está, no mínimo, melhor preparado. Numa análise mais profunda, importa abordarmos três ideias fundamentais:


a) O futuro está a ser preparado por imigrantes digitais e não por estudantes digitais;


b) Os estudantes digitais estão a ser preparados por professores que são imigrantes digitais, com a agravante de, ainda recentemente, a Comissão Europeia ter apontado como meta urgente a preparação dos professores para o uso das TIC com fins educativos, seja ao nível da formação contínua, mas também ao nível da formação inicial, o que deixa antever que os professores que estão a ser formados ainda são imigrantes, pelo menos em termos de formação;


c) os imigrantes têm a vantagem de poder fazer um paralelo entre o digital e o Universo de Gutenberg, se é que me é permitido generalizar assim o período anterior ao digital. Os estudantes digitais não dispõem da experiência de vida que lhes permita fazer esse paralelo e tenderão a olhar para trás com um sentido negativo.


Tendo em conta estas ideias, penso que é, no mínimo, discutível se o estudante digital está melhor preparado para o futuro. No sentido do que referem os investigadores espanhóis Roig e Illera (2005), estará uma escola Low Tech preparada para formar estudantes/cidadãos para uma sociedade High Tech? Aqui é que poderá centrar-se a questão e não tanto na questão inicial, do estudante digital versus imigrante digital.


A este respeito, da escola, gostava de referir a seguinte ideia de Ruivo (2008): “Vivemos num novo milénio que pretende reconfigurar a sociedade, atribuindo-lhe um novo formato centrado em novas formas de receber e transmitir a informação, o que implica uma busca interminável do conhecimento disponível. Para alcançar tal objectivo, imputa-se à escola mais uma responsabilidade: a de contribuir significativamente para que se atinja o que se convencionou designar por analfabetismo digital zero. Para tal, a educação para a utilização das TIC precisa ser planeada desde o jardim-de-infância. Sem preconceitos ou desnecessárias coacções, sem substituir atabalhoadamente o analógico pelo digital, mas sim reforçando a capacidade cognitiva dos alunos e guiando a descoberta de novos horizontes”.



Por João Carrega, 25 Março 2009, Fórum A1

Glossário Digital |

Glossário Digital
A participação na elaboração do Glossário Digital constituiu uma tarefa interessante e motivadora, que nos levou a realizar diferentes pesquisas bibliográficas (quer em enciclopédias impressas, quer digitais (Wiki por exemplo). Inicialmente foram-me propostas três definições para eleborar, mas por solicitação dos docentes responsáveis pela disciplina, disponibilizei-me para elaborar uma outra. Na elaboração deste trabalho procurei ser sintético e objectivo, como se pretende num glossário.
Aqui ficam as definições:
RSS - RSS é uma das tecnologias que suporta a web 2.0. Definido como um subconjunto de linguagem XML, o RSS serve para agregar conteúdos ou "Web syndication" (publicar um conteúdo de um determinado site para outros sites ou pessoas, por exemplo). A sua tecnologia permite aos seus utilizadores inscreverem-se em sites que fornecem "feeds" (alimentadores ou fontes) e possibilita o recebimento rápido de notícias ou informações, sincronizadas com os respectivos fornecedores de conteúdo. A sua importância é vincada com dados concretos. Na linha da frente estão empresas como a Reuters, CNN, e a BBC, as quais permitiram que outros websites incorporassem notícias suas e resumos através de vários acordos de uso. Além da vertente informativa, o RSS é um excelente instrumento para fins comerciais e de marketing.
É também muito utilizado pela comunidade dos blogs para compartilhar as suas últimas novidades ou textos completos e até mesmo arquivos multimídia. A abreviatura do RSS é usada para se referir aos seguintes padrões: Rich Site Summary (RSS 0.91); RDF Site Summary (RSS 0.9 e 1.0); Really Simple Syndication (RSS 2.0).


Social Networking Sites (SNS) - São sítios Internet que têm como objectivo manter uma comunidade on-line de pessoas que, de forma regular, partilham informação, interesses ou actividades. Neste sítios Internet, os membros da comunidade apresentam-se através da disponibilização do perfil (com texto e/ou imagens) e dispõem de várias formas de contacto, desde o e-mail às mensagens instantâneas. Algumas destas comunidades são integradas por milhões de pessoas, como acontece com o My Space (mais de 253 milhões), Facebook (175 milhões), Habbo (117 milhões) ou Friendster (90 milhões). Actualmente existem dezenas de redes sociais.


Telcom Industry - Termo anglo-saxónico que engloba as operadoras de telecomunicações, designadamente os fornecedores de Internet, telefones fixos e móveis, serviços de televisão e de rádio, entre outros. Numa acepção mais global, a indústria de telecomunicações pode abranger os produtores de equipamentos (computadores, telefones, Ipod, consolas...), bem como os produtores de software usados por aqueles e por outros equipamentos tecnológicos. Esta indústria está intimamente ligada à indústria dos média e de muitas outras áreas de negócio, de que são bons exemplos o mercado bancário, a saúde, a educação, a justiça e a própria cultura.
Text Messaging - Em termos técnicos, refere o serviço de mensagens curtas (short message service - SMS) e está disponível em telefones fixos, mas sobretudo nos telemóveis e em redes de comunicações on-line, como por exemplo o MSN. Através do computador, são hoje muitos milhões os que se mantêm em contacto através de serviços de mensagens instantâneas (com texto e/ou imagens), dado o seu carácter síncrono, ao contrário do que sucede, por exemplo, com o tradicional mail. Com o crescimento exponencial dos telemóveis, as mensagens instantâneas, que neste caso são taxadas em função do número de caracteres acima de determinado limite) ganharam uma nova grafia (as palavras passaram a ser escritas com menos caracteres...), existindo neste momento estudos académicos exploratórios nesta área e até dicionários já editados. Dada a capacidade, sobretudo dos mais jovens, escreverem mensagens nos telefones móveis, é hoje lugar-comum apelidar os jovens de geração dos polegares.

Definições elaboradas por João Carrega, Março 2009